Adoro sonhar. Amo ter uma ideia e conseguir pô-la em prática. Mas enquanto sonho, enquanto penso como posso tornar esse sonho realidade, tenho sempre um sentimento colado a mim: o medo. Às vezes finto-o, às vezes fico paralisada. Mas nunca deixo de sonhar.
Há precisamente dois anos e quatro dias, despedi-me de uma empresa onde fui profundamente infeliz.
No dia em que aceitei trabalhar lá, fiquei feliz… mas não fiquei. Aceitei aquele trabalho pelos motivos errados, logo, não existia paixão, apenas o pensamento “que bom é ter um ordenado fixo”.
E como não era feliz, chorava. Chorava no caminho para o trabalho, chorava na casa de banho nos intervalos das inúmeras reuniões que tínhamos por dia. Era feliz de sexta às 18h até domingo à hora do almoço. Ah, mas tinha um ordenado fixo.
Eu sabia o que queria fazer, eu sabia que queria dar mais formação do que já dava, eu sabia que queria deixar mais e mais pessoas apaixonadas pela escrita.
Mas como tornar esse sonho realidade?
Recorri a uma gestora de carreira. Fiz trabalhos de casa. Chorei muito também, mas comecei a ver que os meus sonhos podiam ser concretizados.
A 3 de maio de 2019 entreguei a minha carta de demissão. Estava lá há três meses e ainda fiquei mais um. Se me arrependo de me ter despedido? Nunca. Se me arrependo de ter lá trabalhado? Nunca. Foi importante para mim ter tido esta experiência para ganhar ainda mais a certeza do que queria e do que não queria.
Um mês antes de me despedir, esgotei uma formação no Porto. No dia seguinte a ter-me despedido, esgotei uma formação em Oeiras. Se foi sempre assim? Não. Mas desde aí nunca parei de sonhar.
Curiosamente, um ano antes deste episódio, comprei um fio com uma medalha que diz DREAM BIG. E nunca o largo, para que nunca me esqueça que são os sonhos que nos fazem avançar.

Mas também sei que, agarrado ao verbo sonhar, vem a palavra MEDO.
E se não correr bem? E se ninguém se interessar pelos meus produtos? E se os meus serviços não cativarem as pessoas? E se não conseguir ganhar dinheiro? E se, e se, e se, e se…
Para além deste fio, uso sempre uma pulseira com duas faces: BELIEVE e SMILE. Acreditar e sorrir. Porque sempre que tive (e tenho) medo, penso: “Acredita, Mónica. E tenta!”
E tem sido sempre com este medo, mas também com um sorriso, que tenho ido atrás dos meus sonhos.
Hoje, dois anos e quatro dias depois de me ter despedido, continuo a ter formações que não abrem por falta de inscrições, mas tantas outras que esgotam. Hoje, dois anos e quatro meses depois de me ter despedido, sonhei e lancei um livro com 100 exercícios de escrita criativa, sonhei e lancei uma revista em papel -, sonhei e lancei um Kit de Sobrevivência do Escritor. Se são sucessos de venda? Mais ou menos. Se me fazem ter orgulho? Sim. Porquê? Porque tentei.
Sonhar está colado ao medo, ao acreditar, ao sorrir e a uma das palavras mais poderosas que conheço: CORAGEM.

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